sábado, 20 de junho de 2009

MORTE BRANCA

Se o dia não for cinzento
Se a noite não for escura
Quero todas as crianças na rua
Quero as camas vazias e puras
Quero todos nas ruas para festejar
Quero todos nas avenidas a desfilar
Quero a companhia da multidão
Se a noite não for de escuridão
Mas se a escuridão insistir
O que pude ser feito, deverá.
Só não quero choro por mim.
Quero, no meu dia branco,
Quero na minha noite clara,
Todas as festas e noites que perdi.
Autor: Pedro Aldair da Silva Menezes

quinta-feira, 18 de junho de 2009

GRATIDÃO

Nada parece tão monótono
Os campos estão vazios
Esbranquiçados
Os sons tomam o lugar dos passos
Lentamente se fecham
Descem a rua na direção do nada
Desaparecem
Sobram os risos, as flores
A terra molhada
A bondade encerrada no peito
Imagem única de um amor de infancia
Segredo criança que a vida desvenda
E mata a pureza
Largando os pedaços à propria sorte
À minha volta
Apenas o velho muro ainda respira
Suporta o vento, o fogo, a chuva
Os braços e os abraços
Dádiva que a vontade domina
Quando supera a dor
Longe de querer entender
O por que daquela lágrima.


Autor: Roberto D'ara

Origem da frase: Poesia

A poesia, ou gênero lírico, ou lírica é uma das sete artes tradicionais, pela qual a linguagem humana é utilizada com fins estéticos. “Poesia, segundo o modo de falar comum, quer dizer duas coisas. A arte, que a ensina, e a obra feita com a arte; a arte é a poesia, a obra poema, o poeta o artífice.” O sentido da mensagem poética também pode ser importante (principalmente se o poema for em louvor de algo ou alguém, ou o contrário: também existe poesia satírica), ainda que seja a forma estética a definir um texto como poético. A poesia compreende aspetos metafísicos (no sentido de sua imaterialidade) e da possibilidade de esses elementos transcenderem ao mundo fático. Esse é o terreno que compete verdadeiramente ao poeta.
Num contexto mais alargado, a poesia aparece também identificada com a própria arte, o que tem razão de ser já que qualquer arte é, também, uma forma de linguagem (ainda que, não necessariamente, verbal).
A poesia, no seu sentido mais restrito, parte da linguagem verbal e, através de uma atitude criativa, transfigura-a da sua forma mais corrente e usual (a prosa), ao usar determinados recursos formais. Em termos gerais, a poesia é predominantemente oral - mesmo quando aparece escrita, a oralidade aparece sempre como referência quase obrigatória, aproximando muitas vezes esta arte da música.
  1. Gêneros poéticos: Os gêneros de poesia permitem uma classificação dos poemas conforme suas características. Por exemplo, o poema épico é, geralmente, narrativo, de longa extensão, grandiloqüente, aborda temas como a guerra ou outras situações extremas. Dentro do genéro épico, destaca-se a epopéia[1]. Já o poema lírico pode ser muito curto, podendo querer apenas retratar um momento, um flash da vida, um instante emocional. Poesia é a expressão um sentimento, como por exemplo o amor. Vários poemas falam de amor. O poema é o seu sentimento expressado em belas palavras, palavras que tocam a alma.
    Definição sucinta de poesia: é a arte de exprimir sentimentos por meio da palavra ritmada. Essa definição torna-se insuficiente quando se volta o olhar para a poesia social, a política ou a metapoesia. Com o advento da poesia concreta, o próprio ritmo da palavra foi anulado como definição de poesia, valorizando mais o sentido. O poema passa a ter função de exprimir sucintamente e entre linhas o pensamento do eu-lírico. A narrativa também pode fazer isso, mas a maioria dos poemas, com exceção dos épicos, não se baseia num enredo. A mensagem do autor é muito mais importante do que a compreensão de algum fato.
  2. Licença poética: A poesia pode fazer uso da chamada licença poética, que é a permissão para extrapolar o uso da norma culta da língua, tomando a liberdade necessária para recorrer a recursos como o uso de palavras de baixo-calão, desvios da norma ortográfica que se aproximam mais da linguagem falada ou a utilização de figuras de estilo como a hipérbole ou outras que assumem o carácter "fingidor" da poesia, de acordo com a conhecida fórmula de Fernando Pessoa("O poeta é um fingidor").
    A matéria-prima do poeta é a palavra e, assim como o escultor extrai a forma de um bloco, o escritor tem toda a liberdade para manipular as palavras, mesmo que isso implique romper com as normas tradicionais da gramática. Limitar a poética às tradições de uma língua é não reconhecer, também, a volatilidade das falas.

[1]Epopéia: eterniza lendas seculares e tradições ancestrais, preservadas ao longo dos tempos pela tradição oral ou escrita. Os primeiros grandes modelos ocidentais de epopéia são os poemas homéricos a Ilíada e a Odisseia, os quais têm a sua origem nas lendas sobre a guerra de Tróia.
A Epopeia pertence ao género épico, mas embora tenha fundamentos históricos, não representa os acontecimentos com fidelidade, geralmente reveste os acontecimentos relatados com conceitos morais e atos exemplares que funcionam como modelos de comportamento.